segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Tribunal do Santo Ofício

MANIFESTO ISTAISTA
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Prelúdio a uma nova forma de deglutir velhos hábitos e outros etc's.

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Mamemos, ó Mãe gentil, em suas tetas! Paremos de importar esses enlatados europeus e estadunidenses para estimular o nosso vômito tupiniquim. Para quê haveremos de comer o scargot ou o barbecue se temos tapioca e o biju e o vatapá e o baião de dois ou três e de todo mundo? Deixemos o tapa-cu europeu tapando os orifícios que não nos convém, afinal nesta terra fértil, roxa de solavancos e todas as concebíveis fagias e outras tectonias, tudo de bom grado dá antes mais da só-valia do que da irmandade pés de colonização e o "tutti quanti" e o tutti fruti do retrocesso caricatural sem precisar dos todos adubos estrangeiristas branquinhos fedorentos.

Ducrot não provou da nossa mandioca; Lacan ou Saussure ou Benjamin dançaram melhor a farândola dos pés atados na cabeça pensante do não-sei-o-quê-mas-é-comum do que nosso lundu meio frevo meio capoeira meio congada meio ponto de umbanda cantado com carinho. Brava gente somos sim de falar brasileiro e não ser sotaque da afta de Camões mas sim outro dialeto de perna comprida e respeito. Comer Oswald, Mário, Ronald, Menotti, Pagu - Pagu não não: desce pela güela como quem sobe ou tanto fez, desde que desça e encha o bucho, mas falemos de Anita e a comemos - sempre foi bom e todo mundo é meio modernista, seja numa quinta-feira à tardinha ou girando a catraca do ônibus ou catando feijão ou tirando bicho de pé ou xingando o professor de chapacoletado, todos nós temos os nossos desvios e ser modernista é ter em si o melhor dos atalhos. Salve a Língua Brasileira deste povo brasileiro!

O Ismoismo terminou ontem mas o retomamos porque não deu audiência e sendo salvo do senso comum que a tudo putrifica ei-lo o movimento que apesar de parado vai ali e volta num piscar de olhos e cus mesmo com donzelas presentes. Ser feliz é ser sufragista: Jesus é Rei, Macunaíma é tudonadaquasemaisumpouco, verso para quem precisa e forma para quem quer ser livre. Medo é andar de quatro e não há melhor antropofagista do que aquele que se come.


Em Belo Horizonte
Ano 430 do sumiço de dom Sebastião - e que não volte.
20 de janeiro de 2008

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