quinta-feira, 20 de março de 2008

Tribunal do Santo Ofício

O mal de "A roupa nova do rei"
Quando a ignorância insiste em legitimar o senso comum



Conta a fábula que, certa vez, um rei ordenou a todos os alfaiates e costureiros de seu reino que lhe fizessem a mais preciosa das roupas, digna de um verdadeiro soberano. Alguns indivíduos extremamente sagazes apresentaram ao rei uma "túnica invisível, a qual só os sábios enxergam". Para não ser desmascarado em sua tolice, o rei e os seus súditos passam a "enxergar" a tal roupa, embora todos soubessem que o monarca, naquela condição, estava nu.

Fábulas à parte, cogito que a "túnica invisível" ainda se faz presente. Lamentável pensar que o senso comum insiste em legitimar uma suposta arte muito da pretensiosa que almeja ser o que jamais será. Basta dizer que tal livro é ótimo porque todos assim o dizem ou por o fato da crítica elogiá-lo (vide Paulo Coelho)? Basta adotar uma postura conformista, quase alienada, perante uma produção artística que se vale da liberdade (libertinagem?) desses ditos "tempos modernos" para criar farsas travestidas de vanguarda? O medo de se fazer ignorante alimenta aqueles que, embora pseudo-intelectuais, querem se passar por revolucionários, não evidenciando o quanto são golpistas operadores de marionetes.

Isso é arte? Não, não é arte.
Ah, e o rei está pelado! Pelado!

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